Corrosão do aço: entenda como ela ocorre e como se prevenir

Corrosão do aço: entenda como ela ocorre e como se prevenir

A corrosão do aço pode causar diversos problemas, tanto para a estrutura quanto para a credibilidade do profissional. Acesse e saiba como evitá-la.


Gerdau

Publicado em: 14-11-2023

A corrosão pode prejudicar muito o trabalho do profissional do aço; por isso, é importante que ele entenda como ela ocorre e como se precaver. A corrosão pode ser definida como a “deterioração das propriedades de um material, quando ele reage com o ambiente”.


No caso da corrosão do aço, ela pode causar uma série de problemas, como a necessidade de manutenção preventiva ou corretiva e a interrupção no uso de um equipamento ou de uma estrutura. Isto sem falar que a contaminação do produto leva à perda de sua eficiência e da credibilidade do profissional que o fabricou.

 

Como acontece a corrosão?


A corrosão do aço pode acontecer de muitas maneiras. As principais são: corrosão uniforme, galvânica, por frestas e por pites.

 

Corrosão uniforme do aço

É a forma mais comum de corrosão do aço, com ataque uniformemente distribuído sobre a superfície metálica.

 

Corrosão galvânica do aço

Ocorre quando dois metais diferentes, em contato elétrico (ou conectados por um condutor elétrico), são expostos a uma solução condutora de eletricidade.


Corrosão do aço por frestas

Frestas são formadas em muitas situações, como atrás de pontos de solda descontínuos, em juntas parafusadas, rebitadas, ou descontínuas e em chapas sobrepostas.

 

Corrosão do aço por pites

É um ataque localizado, um fenômeno bastante frequente que afeta os aços carbono, aços inoxidáveis, ligas de níquel, de titânio, de alumínio ou cobre.

 

Como se precaver?


Uma das formas mais eficientes e baratas para se precaver contra a corrosão do aço é evitar frestas, que podem acumular água e umidade. Qualquer região em que duas superfícies estejam muito próximas pode ser considerada uma fresta. Devem ser analisados: parafusos, rebites, cantoneiras perfiladas, soldas irregulares, respingos de solda, cantos vivos, descontinuidades e soldas intermitentes.


Para impedir o acesso da água a áreas em que ela possa ficar retida por longos períodos, frestas devem ser preenchidas com selantes e os componentes devem ter furos de drenagem. Se forem bem ventilados, a água pode evaporar. A criação de cavidades, no entanto, deve ser evitada. Dê preferência às juntas parafusadas, já que as soldadas em campo necessitam de controle e testes. Caso utilize Perfis, eles devem ser colocados de modo que as superfícies possam ser devidamente pintadas e protegidas. A tinta de fundo, aplicada com pincel ou spray, serve como uma barreira adicional contra a corrosão.


É preciso ter em mente que a corrosão do aço apenas ocorre se houver umidade, mas não só a água causa umidade, depósitos sólidos (como a lama, por exemplo) também causam. Por isso, as juntas devem ser feitas de forma contínua, as soldas devem ter boa penetração (para evitar porosidades) e é recomendado fazer o lixamento de cantos vivos, soldas e respingos.


Já para evitar a corrosão galvânica, o melhor é intercalar, entre dois metais ou ligas, um isolante elétrico. Mas atenção: o material isolante não deve ser poroso, pois ele pode absorver água e causar a corrosão por frestas. O uso de juntas coladas ajuda bastante neste sentido.

 

Fique atento com:


  • Formatos que favorecem a coleta de pó ou líquidos. Todas as partes da estrutura metálica devem ser acessíveis à inspeção e manutenção;
  • Altas temperaturas, que, de modo geral, promovem o aumento da corrosão;
  • Tensões térmicas e residuais geradas durante a fabricação da peça;
  • Ferrugem causada pela chuva ou o orvalho. Ela prejudica principalmente as partes inferiores das estruturas metálicas, onde a ventilação é menos eficiente;
  • Pintura e revestimentos. Elas têm propriedades que devem ser observadas, além do prazo de validade e da qualidade da tinta e do aplicador.
  • Materiais absorventes e porosos (como lã de rocha e feltro), que são muito utilizados como isolantes térmicos e acústicos, mas podem absorver água como uma esponja.
  • Compatibilidade de materiais, já que não-metais (como plástico e madeira), em contato com metais, podem estimular o processo de corrosão.

 

Tipos de revestimentos e tratamentos anticorrosivos para aço


A proteção contra a corrosão do aço envolve uma variedade de revestimentos e tratamentos anticorrosivos, cada um desenvolvido para atender a diferentes exigências ambientais. Um dos métodos mais comuns é a galvanização, que consiste em revestir o aço com uma camada de zinco. Essa técnica cria uma barreira física que protege o metal contra a corrosão, sendo particularmente eficaz em ambientes agressivos, como locais sujeitos à exposição prolongada à umidade ou atmosferas corrosivas.


Outro revestimento amplamente utilizado é a pintura epóxi. Essa técnica utiliza resinas epóxi que, ao curar, formam uma película sólida e resistente. A pintura epóxi não apenas protege contra a corrosão, mas também oferece resistência química, tornando-a uma escolha adequada para ambientes industriais que envolvem substâncias corrosivas.


A zincagem, por sua vez, consiste em revestir o aço com uma camada de zinco por meio de processos como imersão a quente ou eletrodeposição. Assim como na galvanização, o zinco atua como uma barreira protetora, impedindo que o aço entre em contato direto com agentes corrosivos.


É fundamental escolher o tratamento anticorrosivo adequado para o ambiente específico em que o material será utilizado. Ambientes marinhos, por exemplo, demandam métodos mais robustos, como a galvanização, devido à alta concentração de sal na atmosfera. Em locais onde produtos químicos corrosivos estão presentes, a pintura epóxi pode ser mais apropriada devido à sua resistência química.


A escolha do tratamento anticorrosivo não apenas prolonga a vida útil do aço, mas também assegura a integridade estrutural das construções. Portanto, considerar as condições ambientais específicas e a aplicação final do material é crucial para garantir uma proteção eficaz contra a corrosão, preservando a qualidade e durabilidade das estruturas metálicas.

 

Tratamento de superfícies corroídas


O tratamento de superfícies corroídas desempenha um papel importante na restauração e preservação de materiais metálicos afetados pela corrosão. Quando a corrosão já está presente, é essencial adotar procedimentos adequados para eliminar os danos e preparar a superfície para novos revestimentos. Dentre as técnicas mais comuns, destacam-se o lixamento, o jateamento abrasivo e a aplicação de produtos específicos.


O lixamento é uma abordagem manual ou mecânica que envolve o uso de lixas para remover as camadas de corrosão da superfície do aço. Essa técnica é eficaz para áreas menores e superfícies levemente corroídas. No entanto, para casos mais severos, em que a corrosão penetra mais profundamente, métodos mais robustos são necessários.


O jateamento abrasivo é uma técnica amplamente utilizada para tratar grandes áreas corroídas. Nesse processo, partículas abrasivas, como areia ou granalha de aço, são direcionadas à superfície por meio de ar comprimido. Esse impacto remove as camadas de corrosão e prepara a superfície de maneira mais eficiente, possibilitando uma aderência mais adequada para os revestimentos anticorrosivos subsequentes.


Além dessas abordagens mecânicas, a aplicação de produtos específicos desempenha um papel fundamental na restauração de superfícies corroídas. Convertedores de ferrugem, por exemplo, são produtos químicos formulados para reagir com a ferrugem, transformando-a em uma superfície estável e passível de receber revestimentos protetores.


Após o tratamento adequado da superfície corroída, é fundamental aplicar revestimentos anticorrosivos para prevenir a reincidência da corrosão. Esses revestimentos podem incluir pinturas especiais, primers anticorrosivos e outros produtos desenvolvidos para criar uma barreira protetora duradoura.


A escolha entre as técnicas de tratamento e os produtos específicos dependerá da extensão da corrosão, do tipo de superfície e das condições ambientais, como discutimos anteriormente.