A história do aço no Brasi

A história do aço no Brasil

No dia 9 de abril é comemorado o Dia do Aço. Acesse o conteúdo e saiba mais sobre a história desse metal tão importante para o desenvolvimento do Brasil.

Gerdau

Publicado em: 14-11-2023

Em nossa sociedade atual, é impossível imaginar o mundo sem o uso do aço . A produção de aço é um forte indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. Seu consumo cresce proporcionalmente à construção de edifícios, execução de obras públicas, instalação de meios de comunicação e produção de equipamentos.


Esses materiais já se tornaram corriqueiros no cotidiano, mas fabricá-los exige técnicas que devem ser renovadas conforme o avanço de pesquisas e tecnologias, é um investimento obrigatório das grandes empresas .


O início e o processo de aperfeiçoamento do uso do ferro representaram grandes desafios e conquistas para a humanidade, por isso, é comemorado no dia 9 de abril, o Dia do Aço .


Mas você sabe como aconteceu o desenvolvimento do aço no Brasil? Continue lendo o conteúdo e confira.

 

O aço no Brasil

Quando o Brasil foi descoberto, as práticas mercantilistas eram as mais utilizadas na Europa. Os portugueses chegaram ao Brasil com a esperança da extração de metais como ouro, prata e bronze. No entanto, em um primeiro momento, nenhum tipo de metal, nem mesmo ferro, foi encontrado . Os poucos ferreiros que vieram para o Brasil utilizavam o ferro originário da Europa para produzir os instrumentos usados na lavoura. A situação mudou com a ascensão de Dom João VI ao trono de Portugal. Em 1795, foi autorizada a construção de novas fundições.


Em 1808, a família real portuguesa desembarcou no Rio de Janeiro, fugindo do império de Napoleão, e diversas indústrias siderúrgicas foram construídas a partir desse período. No ano de 1815, ficou pronta a usina do Morro do Pilar, em Minas Gerais. Já em 1818, a fábrica de Ipanema, nos arredores de Sorocaba, começa a produzir ferro forjado . Outras indústrias foram abertas em Congonhas do Campo, Caeté e São Miguel de Piracicaba, todas em Minas Gerais. Antes da abertura das fábricas locais, o ferro era exclusivamente importado de países europeus, especialmente da Suécia, da Alemanha e da Espanha.


Após esse promissor início do século XIX, houve um declínio na produção de ferro . A competição com os produtos importados da Inglaterra (que eram favorecidos com uma diminuição no imposto de importação) era desigual e travava o desenvolvimento da siderurgia brasileira. Além disso, havia escassez de mão-de-obra, uma vez que os trabalhadores, em sua maioria, eram mais utilizados para a lavoura do açúcar e, mais tarde, do café.


As primeiras décadas do século XX foram de avanços para a siderurgia brasileira, impulsionados pelo crescimento industrial verificado entre 1917 e 1930 . Os governos dos estados brasileiros da época, mais preocupados com a produção e comércio do café, davam pouca atenção ao crescimento da indústria nacional. A siderurgia era a exceção: decretos governamentais concederam às empresas de ferro e aço diversos benefícios fiscais . Na ocasião, a produção brasileira era de apenas 36 mil toneladas anuais de ferro-gusa.


O cenário de permanente dependência brasileira de produtos siderúrgicos importados começou a mudar nos anos de 1940, com Getúlio Vargas na presidência do Brasil. Era uma das suas metas fazer com que a indústria de base brasileira crescesse e se nacionalizasse.


O ano de 1950 pode ser destacado como marco de um novo ciclo de crescimento da siderurgia brasileira . A produção nacional de aço bruto alcançou 788 mil toneladas e deu início a uma fase de crescimento continuado da produção de aço no Brasil . Dez anos depois, a produção triplicou e passados mais dez anos, em 1970, eram entregues ao mercado 5,5 milhões de toneladas de aço. A oferta estimulou a expansão da economia, que passou a fazer novas e crescentes exigências às usinas. Outra consequência foi o acentuado aumento das importações de aço.


Na década de 1980, o mercado interno estava em retração e a alternativa era voltar-se para o exterior. De uma hora para outra, o Brasil passava de grande importador a exportador de aço .


O parque siderúrgico nacional iniciou a década de 1990 contando com 43 empresas estatais e privadas, cinco delas integradas a coque, nove a carvão vegetal, duas integradas a redução direta e 27 semi-integradas, além de produtores independentes de ferro-gusa e carvão vegetal, que somavam cerca de 120 altos-fornos. A instalação dessas unidades produtoras se concentrou principalmente no Estado de Minas Gerais e no eixo Rio-São Paulo , em razão da proximidade de regiões ricas em matérias-primas empregadas na fabricação do aço, ou de locais com grande potencial de consumo.

 

Privatização das siderúrgicas

Nos primeiros anos da década de 1990, era visível o esgotamento do modelo com forte presença do Estado na economia. Em 1991, começou o processo de privatização das siderúrgicas . Dois anos depois, oito empresas estatais, com capacidade para produzir 19,5 milhões de toneladas (70% da produção nacional), tinham sido privatizadas.


A privatização trouxe ao setor expressivo afluxo de capitais, em composições acionárias da maior diversidade . Assim, muitas empresas produtoras passaram a integrar grupos industriais e/ou financeiros cujos interesses na siderurgia se desdobraram para atividades correlatas, ou de apoio logístico, com o objetivo de alcançar economia de escala e competitividade.


Entre 1994 e 2011, as siderúrgicas investiram bilhões, priorizando a modernização e atualização tecnológica das usinas. Hoje, o Brasil tem o maior parque industrial de aço da América do Sul ; é o maior produtor da América Latina, está entre os seis primeiros lugares como exportador líquido de aço e entre os dez maiores produtores de aço no mundo.

 

O aço na economia brasileira

A indústria do aço desempenha um papel fundamental na economia brasileira , exercendo impactos significativos no desenvolvimento econômico e na balança comercial do país. Sua presença abrange diversos setores, sendo um indicador crucial do nível de industrialização e infraestrutura de uma nação.

 

Importância econômica do aço no Brasil


  • Geração de empregos e renda:

A produção de aço no Brasil é uma fonte substancial de empregos diretos e indiretos . Desde a extração de matérias-primas até a produção e distribuição, a indústria do aço cria oportunidades de trabalho em várias regiões do país, contribuindo para a geração de renda e a melhoria das condições de vida.


  • Investimentos e infraestrutura:

O setor do aço demanda investimentos maciços em infraestrutura e tecnologia . A construção e manutenção de siderúrgicas modernas não apenas impulsionam o crescimento econômico , mas também promovem avanços tecnológicos que beneficiam outros segmentos da indústria.

 

Exportação de aço e balança comercial:


  • Contribuição para as exportações:

O Brasil emergiu como um dos principais exportadores de aço do mundo . A exportação de produtos siderúrgicos brasileiros desempenha um papel crucial na diversificação das fontes de receita do país. Países da América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia são destinos importantes para os produtos siderúrgicos brasileiros.


  • Impacto na balança comercial:

A exportação de aço contribui substancialmente para a balança comercial brasileira . Os ganhos provenientes das exportações ajudam a equilibrar os déficits em outras áreas, fortalecendo a posição econômica do Brasil no cenário internacional.


  • Ciclo de desenvolvimento econômico:

O setor do aço não apenas fornece recursos financeiros por meio das exportações, mas também desencadeia um ciclo de desenvolvimento econômico . Os investimentos em infraestrutura para a produção de aço criam demanda por serviços e insumos diversos, gerando impactos positivos em setores como transporte, energia e logística.

 

Desenvolvimento econômico sustentável:


  • Diversificação da economia:

A exportação de aço não só diversifica a economia brasileira, reduzindo a dependência de setores específicos, mas também cria um ambiente propício para o desenvolvimento de indústrias correlatas e cadeias produtivas mais complexas .


  • Inovação e competitividade:

O setor do aço estimula a inovação e a competitividade, pois as empresas buscam constantemente melhorias tecnológicas para se destacarem no mercado global. Isso resulta em ganhos de eficiência, qualidade e redução de custos .


Em resumo, a indústria do aço no Brasil vai além da produção de materiais essenciais; ela é um pilar para o desenvolvimento econômico sustentável . Seu impacto abrange desde a geração de empregos até a contribuição positiva para a balança comercial, consolidando a importância estratégica desse setor para o progresso econômico do país.

 

Impactos do aço na sociedade brasileira

O uso do aço na sociedade brasileira transcende sua função material, estendendo-se para diversas áreas e moldando o cotidiano dos cidadãos. A presença do aço é onipresente e global, desempenhando um papel crucial em setores específicos que impulsionam o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida no Brasil.


  1. Construção Civil:


  • Infraestrutura urbana e edificações: o aço é um componente essencial na construção de infraestrutura urbana , como pontes e viadutos, e edificações, como arranha-céus e residências. Sua resistência e versatilidade permitem a criação de estruturas duráveis e inovadoras, contribuindo para o crescimento e modernização das cidades brasileiras.
  • Construção sustentável: a utilização de aço em construções sustentáveis, devido à sua capacidade de ser reciclado e reutilizado , também promove práticas ambientalmente responsáveis na indústria da construção civil.

  1. Indústria Automotiva:


  • Veículos duráveis e eficientes: o setor automotivo brasileiro se beneficia significativamente do aço, utilizado na fabricação de chassis, carrocerias e componentes estruturais. A leveza e a resistência do aço contribuem para a produção de veículos mais duráveis, eficientes em termos de combustível e seguros.
  • Inovação tecnológica: o aço de alta resistência é fundamental para inovações tecnológicas, como carros elétricos e veículos autônomos, impulsionando a indústria automotiva brasileira rumo a um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado.

  1. Eletrodomésticos:

  • Durabilidade e eficiência energética: eletrodomésticos, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa, incorporam o aço em suas estruturas , conferindo durabilidade e eficiência energética aos produtos. O design moderno e a resistência à corrosão do aço também contribuem para a estética e longevidade dos eletrodomésticos.
  • Sustentabilidade e reciclagem: a reciclabilidade do aço torna os eletrodomésticos mais sustentáveis, reduzindo o impacto ambiental e promovendo práticas responsáveis na fabricação desses produtos.

  1. Setor de Energia:

  • Estruturas para geração de energia: a indústria de geração de energia no Brasil se beneficia do aço em diversas formas, desde a fabricação de torres eólicas até a construção de usinas hidrelétricas . A resistência do aço é crucial para garantir a segurança e a estabilidade dessas estruturas essenciais para a matriz energética do país.
  • Desenvolvimento de energias renováveis: o aço também desempenha um papel importante no desenvolvimento de tecnologias de energias renováveis, como painéis solares e turbinas eólicas , contribuindo para a transição do Brasil para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

Assim, o aço permeia vários aspectos da sociedade brasileira , influenciando diretamente a vida cotidiana e impulsionando setores-chave em direção ao desenvolvimento sustentável e à inovação. Sua versatilidade, resistência e características sustentáveis tornam-no um componente indispensável para o progresso econômico e social no Brasil .