Aço exposto

Aço exposto por algum tempo, ficou na dúvida se pode ser empregado?

Descubra se é seguro utilizar aço exposto por algum tempo. Saiba os riscos, impactos na qualidade e as melhores práticas para garantir a durabilidade e segurança em suas construções.


Mauricio Martins

Publicado em: 23-07-2024

Esta dúvida é recorrente, especialmente quando as barras e fios de aço para concreto armado são armazenados em ambiente não coberto, e acabam ficando mais expostos às intempéries.


Na prática, se o aço apresentar corrosão superficial (sem perda de seção), não há prejuízos quanto à passivação e aderência do aço aplicado (sem impurezas na superfície) no meio alcalino de concreto comum de qualidade. Neste caso, para o emprego das barras e fios de aço, basta apenas remover os produtos de corrosão não aderentes e sujidades, que pode ser feito com lavagem com água sob pressão (hidrojateamento).​ O aço com corrosão superficial apresenta cor alaranjada na sua superfície, e como dito, de fácil remoção, sendo uma camada fina e não compacta.


Quando há incerteza da intensidade da corrosão do aço e de suas consequências, a remoção dos seus produtos de corrosão (óxidos depositados na superfície do aço) passa a ser importante para um exame visual mais detalhado.


Esse exame pode ser feito em alguns pontos das barras e fios, para verificar a preservação das características geométricas e dimensionais. A remoção da corrosão (superficial ou não) pode ser feita por limpeza manual com uso de escova de cerdas metálicas. Caso uma limpeza mecânica seja necessária, ela pode ser feita com uso de escova rotativa com cerdas metálicas ou com água sob pressão (processo de hidrojateamento).


O diâmetro da barra pode ser conferido com paquímetro, e caso se identifique perda de seção significativa (10 a 15% ou mais), há necessidade de suplementação de barras e estribos nas áreas atingidas. ​


Atenção é necessária para identificar os locais de corrosão mais acentuada, seja generalizada ou uma corrosão por pite (localizada) (Figura 1).



Vale ressaltar que é essencial contar com profissionais técnicos (engenheiros e projetistas) na etapa de investigação da manifestação patológica e no tratamento, reparo, suplementação de armadura ou mitigação do dano.


Referências Bibliográficas:​
 

  • ARAUJO, A. de et al. Corrosão do aço-carbono em concreto armado. In: Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, 2017, Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: COTEQ, 2017.

  • ARAUJO, A. de; MARTINS, M. S. Corrosão do Aço-Carbono no Canteiro de Obras: cuidados no recebimento, no armazenamento e na proteção de barras de espera. 2020. Disponível em: https://mais.gerdau.com.br/catalogos-e-manuais/corrosao-do-aco-carbono. Acesso em: 31 de março de 2021.

  • ARAUJO, A. de; PANOSSIAN, Z. Durabilidade de estruturas de concreto em ambiente marinho: estudo de caso. Fortaleza: Intercorr, 2010.